Felipe Giaffone“Sem dúvida que é o ano mais regular da minha carreira, pois não zerei em nenhuma prova e espero não zerar nesta última. As duas quebras que tive foram na segunda fase e me levaram a marcar importantes pontos. Em Londrina serei menos agressivo no set up (acerto) do caminhão, pois preciso terminar a corrida e não preciso ir para o tudo ou nada”, afirma Felipe.

“Seria burrice minha querer vencer a todo custo. O rádio pode dar problema e para saber o que preciso fazer vou levar as opções por escrito, se der, colo no vidro dianteiro, pois não se pode descartar a última corrida”, brinca Giaffone.

Apesar da longa experiência nacional e internacional, Felipe, que já correu na Fórmula Indy dos Estados Unidos, garante que sua adrenalina vai subir bastante na hora da decisão do sábado, dia 10 de dezembro.

“Até a classificação (na sexta-feira) tudo será normal, pois terei o caminhão mais seguro possível, injetando menos óleo diesel no motor, pois quanto mais, mais se força o equipamento. No ano passado ajudei o Leandro Totti a se sagrar tricampeão e agora espero que meus companheiros da RM Motors me ajudem. Quando falo de ajuda, claro que é dentro das regras, fazendo jogo de equipe, sem atrapalhar de forma desonesta, pois é injusto atrapalhar o adversário tirando o pé do acelerador na hora errada. Não acredito que isso aconteça”, completa.

“Acredito que os adversários também farão um jogo de equipe, algo que considero perfeitamente normal e dentro das regras. Mas eu vou correr com todas as opções para me sagrar campeão mais uma vez”, finaliza Giaffone, de 41 anos.

Sem restritor, Giaffone e Salustiano decidem a Truck

Felipe Giaffone e Paulo Salustiano entram na pista do Autódromo Ayrton Senna, em Londrina, no sábado, dia 10 de dezembro, sem restrições para decidir o título da 21ª temporada da Fórmula Truck. Pela segunda vez na temporada eles estarão sem os restritores de potência em seus caminhões e por isso poderão aproveitar todos os cerca de 1.200 cavalos dos motores do Volkswagen Constellation e do Mercedes-Benz, respectivamente. Como prevê o regulamento dos mais velozes caminhões do mundo, os cinco primeiros colocados só não usam o restritor, que varia de acordo com a colocação, na prova de abertura e na última. Um alívio para os dois que utilizaram o aparato durante praticamente todo o ano.

“Sinceramente, me sinto aliviado, apesar de termos andado bem em Londrina mesmo com o restritor. Mas seria injusto nós dois, que decidiremos o título, usar também agora. Felizmente o regulamento retira isso da gente. Será diferente, pois faz tempo que não ando com o motor cheio, pois uso o restritor desde a primeira corrida do ano”, disse Giaffone.

A briga pelo título entre os dois tem Giaffone na liderança com 350 pontos contra 322 de Salustiano. Como estarão em jogo 53 pontos na pista de 3.145 metros do Norte paranaense, muita coisa pode acontecer. Quem corre por fora nesta disputa, mas somente pelo vice-campeonato de 2016, é Diogo Pachenki, que tem 289 pontos e pode tomar o segundo lugar de Salustiano. Matematicamente ele não pode mais alcançar Giaffone, pois faria um máximo de 342 pontos.


Texto: Milton Alves
Imagens: Luciana Flores